“Tomamos esta medida depois de muita conversa com nossa equipe econômica, com nossos parceiros, diretoria, presidente do conselho. Entendemos que essas medidas são mais do que duras, são necessárias para a preservação da nossa instituição, que possa passar por este período de dificuldade que vai se perdurar por um bom tempo”, disse.
“Então, pensando no Clube Atlético Mineiro, tentando salvaguardar a maioria dos empregos e dando uma condição digna para nossos colaboradores, é que nós chegamos à conclusão de que essa seria a melhor decisão, que entendemos ser corajosa e que vai salvaguardar a nossa instituição por este período de quarentena”, acrescentou.
A porcentagem citada por Sette Câmara é de quem recebe até R$ 5 mil por mês. De acordo com o mandatário alvinegro, o corte foi necessário para não “destroçar” o Atlético financeiramente.
“Estamos trabalhando muito para fazer, neste momento, uma gestão responsável. Temos que passar por essa crise sem deixar o Atlético destroçado do ponto de vista financeiro e, ao mesmo tempo, preservando a grande maioria dos empregos. Esta medida não atinge 77% dos nossos colaboradores. Esses não terão nenhum tipo de redução”, explicou.
Sette Câmara deu a entender que não houve uma consulta aos atletas e que a decisão foi unilateral da diretoria. O presidente explicou que, antes, o diretor de futebol Alexandre Mattos já vinha conversando com jogadores e integrantes da comissão técnica para informá-los da medida que seria tomada pelo clube. O técnico Jorge Sampaoli declarou que entende a redução salarial e que é "momento de entender o que está acontecendo e colaborar".
“A gente vinha fazendo as análises e passando para o Alexandre Mattos, que vem mantendo diálogo com os atletas e com a comissão técnica e explicando o ponto de vista da direção do clube. Quem não fizer alguma coisa, em questão de tempo vai deixar de pagar os salários. Tentamos achar uma equação para que o clube permanecesse em condições mínimas para passar essa crise”, argumentou.
Apesar de admitir que a atitude possa gerar discussão na Justiça posteriormente, Sette Câmara acredita que o clube tem amparo legal para se defender. “A gente entende que há embasamento legal para esse redutor de 25%. É discutível, mas quero crer que muitos clubes vão tomar medidas com base nessa nossa decisão. Do contrário, a tendência é de clubes terem uma situação financeira tão crítica que não conseguiriam nem terminar o ano”, frisou.