Sem pontuar nas pesquisas de intenção de voto, o deputado federal Luciano Bivar (União Brasil) desistiu da sua candidatura à Presidência da República. A Executiva nacional do partido se reuniu nesta sexta-feira (29), em Brasília, e de acordo com a CBN, a decisão de Bivar foi de abrir mão da pré-candidatura a presidente. Ele tentará se reeleger deputado federal pelo estado de Pernambuco.
Bivar negocia, nos bastidores, um apoio ao nome de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda no primeiro turno. A situação, se for concretizada, contará com uma ironia. O União Brasil, partido de Bivar, foi a legenda escolhida pelo ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, depois que este abandonou o Podemos e sua candidatura à Presidência. Com isso, o partido de Moro poderá apoiar a candidatura de seu rival, Lula, em outubro.
Outra ironia é o fato de que Luciano Bivar era o presidente do Partido Social Liberal (PSL), que acolheu a candidatura do presidente Jair Bolsonaro em 2018. Os dois acabaram brigando ao longo do mandato e, depois de ficar sem partido, Bolsonaro filiou-se ao PL. O PSL aprovou uma fusão com o Democratas, antigo opositor a Lula, dando origem ao União Brasil.
O candidato do PT também negocia com outro presidenciável, André Janones, do Avante. Em uma publicação compartilhada nesta sexta-feira (29), o deputado federal por Minas Gerais disse que irá conversar com Lula, depois de ter sido "bloqueado" por Bolsonaro e ignorado por Ciro Gomes (PDT).
O ex-presidente petista respondeu logo em seguida: “Combinado. Política se faz com diálogo e juntando pessoas pelo bem comum. Vou te ligar”.
A aproximação entre os dois candidatos ao Palácio do Planalto começou a ganhar força na noite de quinta-feira (28), quando Lula respondeu uma postagem de Janones no Twitter sobre a miséria no Brasil e os motivos de ter se lançado candidato. O ex-presidente respondeu a postagem e fez um convite para os dois conversarem.
O deputado André Janones se elegeu pela primeira vez em 2018, depois de gravar um vídeo durante os protestos dos caminhoneiros na região do Triângulo Mineiro. Apesar de nunca ter sido caminhoneiro, o parlamentar gravou vídeos nas redes sociais e se tornou conhecido durante os protestos. No passado, ele fez duras críticas ao governo petista.
