O governo brasileiro desembolsou uma quantia surpreendente de mais de 1,1 milhão de reais apenas em diárias para a viagem de seis dias do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Portugal e Espanha, ocorrida no mês de abril. Em resposta a um pedido enviado pelo Radar por meio da Lei de Acesso à Informação, o Itamaraty revelou que o gasto totalizou 229.820,79 dólares.
Acompanhado pela primeira-dama, Janja, Lula desembarcou na capital portuguesa, Lisboa, na manhã do dia 21 do mês passado. Durante sua estadia na cidade, o ex-presidente teve encontros no dia seguinte com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro António Costa, fortalecendo laços diplomáticos e discutindo questões de interesse mútuo.
No domingo, dia 23, não constava nenhum compromisso oficial na agenda de Lula. Já na segunda-feira, ele se deslocou até a cidade do Porto para participar de um encontro com empresários. Em seguida, retornou a Lisboa, onde visitou instalações da indústria aeronáutica portuguesa e prestigiou a cerimônia de Entrega do Prêmio Camões ao renomado músico brasileiro Chico Buarque.
No dia subsequente, Lula marcou presença em uma solene sessão na Assembleia da República, em Portugal, antes de partir para Madri, capital espanhola. Na cidade espanhola, o ex-presidente teve importantes encontros com centrais sindicais e empresários, buscando estreitar relações comerciais e discutir perspectivas econômicas.
No último dia da viagem, 26 de abril, Lula se reuniu com o primeiro-ministro Pedro Sánchez e com o rei da Espanha, Felipe VI, consolidando assim os laços diplomáticos e abrindo portas para possíveis parcerias futuras entre os países.
Embora a viagem tenha contado com uma série de encontros e compromissos relevantes para as relações entre Brasil, Portugal e Espanha, o alto custo das diárias levanta questionamentos sobre a adequação dos gastos públicos, especialmente em um momento em que o país enfrenta desafios econômicos e sociais. O assunto certamente será objeto de análise e debate, tanto por parte da sociedade quanto dos órgãos fiscalizadores, visando garantir a transparência e o uso eficiente dos recursos governamentais.