Em 2020, 80 milhões de pessoas terão glaucoma no mundo

Em 2020, 80 milhões de pessoas terão glaucoma no mundo

De repente, a visão vai ficando turva, uma dor intensa surge nos olhos, uma vermelhidão toma conta da visão. Ela é silenciosa e a perda acontece de forma lenta. Pode ser hereditária ou causada por um drama. Essa é a definição do Glaucoma.

Em 2020, segundo a Organização Mundial da Saúde, 80 milhões de pessoas terão glaucoma no mundo e, em 2040, somará 111,5 milhões. Dado alarmante, que deve ser lembrado neste sábado (26), Dia Nacional do Combate ao Glaucoma.

“O glaucoma hoje é considerado a segunda causa de cegueira no mundo. E é hoje considerada a primeira, porque ela é a segunda irreversível, uma vez que a pessoa tem glaucoma, ela não tem cura. A catarata, se operar, volta a enxergar normalmente”, explica a médica oftalmologista, Ariadna Muniz.

No Brasil, cerca de 1 milhão de pessoas têm glaucoma. Mesmo sem cura, a doença tem um tratamento que ameniza os efeitos e o paciente continua a enxergar. 

“70% dos tratamentos são feitos com um beta bloqueador, então o primeiro tratamento é com um colírio e existem vários que resolvem a situação. Bom, caso o colírio não surta efeito, é feito um laser, caso não resolva, é feito a cirurgia. Se fizer o controle e acompanhar, é possível evitar essas evoluções, só muda de um tratamento para outro, se a pressão do olho não equilibrar”, esclarece Ariadna.

Um caso familiar

Há 20 anos, em uma palestra que a médica Ariadna ministrava em Montes Claros, Aurelina Soares de Santana ficou responsável por acompanhá-la na cidade. E foi neste encontro, que a glaucoma foi descoberta.

“Eu estava com uma dor de cabeça muito forte, que me fazia até chorar, e durante a palestra essa dor me incomodando. Quando acabou, a doutora se aproximou e perguntou o que havia comigo, já que eu estava muito inquieta e então eu relatei da dor. Ela pediu que eu estivesse em Belo Horizonte para uma consulta e assim, descobriu que eu tinha glaucoma”, relata Aurelina.

Hoje, com 71 anos, a convivência de Aurelina com a doença é saudável.  

“É muito tranquilo conviver com o glaucoma, eu faço um acompanhamento de três em três meses com a doutora, para medir a pressão do meu olho para saber se está tudo certo. Hoje, eu vivo bem graças ao cuidado de doutora Ariadna comigo”, afirma. 

Já com o Senhor José Romeu Dias Filho foi diferente. Os óculos foram a grande ajuda desta vez.

“Eu comecei a enxergar embaçado e achar que o grau dos óculos estava baixo para mim. Então fui ao médico e descobrimos que eu estava com glaucoma e logo comecei o tratamento com o colírio. Hoje eu vivo bem, faço o controle da pressão e pingo colírio”, conta.

O Glaucoma

Ela é uma doença característica pelo aumento da pressão intraocular dos olhos, conhecida como PIO. A parte anterior dos olhos produz um líquido chamado humor aquoso que preenche a parte da frente.

Ele deixa os olhos através de canais da córnea e na íris. Quando esses canais são bloqueados ou parcialmente destruídos, a PIO pode aumentar. Com esse aumento, o nervo óptico pode ser danificado e o campo de visão pode ser afetado gradativamente.

Existem três tipos do Glaucoma, o de ângulo aberto, ângulo fechado e glaucoma congênito. 

O Glaucoma de ângulo aberto não apresenta nenhum sintoma até o início da perda da visão, é com o passar dos anos que a perda gradual acontece. 

Glaucoma de ângulo fechado: Dor grave e repentina no olho; Visão diminuída ou embaçada; Náuseas e vômitos; Olhos avermelhados; Olhos com aparência inchada.

Glaucoma congênito: os sintomas são sentidos quando a criança tem poucos meses de vida. Nebulosidade na parte frontal do olho; Aumento de um olho ou em ambos; Olhos vermelhos; Sensibilidade à luz; Lacrimação em excesso.

“Os principais públicos do glaucoma são hereditariedade, pessoas que tem miopia e podem desenvolver a doença, pessoas da raça negra ou asiática e homens acima de 40 anos. Essas são as mais conhecidas e recorrentes, mas podem acontecer com pessoas mais novas também”, explica Ariadna. 

Além da hereditariedade, uso de remédios como corticoides, acidentes e complicações cirúrgicas também podem gerar um glaucoma. 

Prevenção

Segundo a oftalmologista, Ariadna Muniz, 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados, se houvesse controle e acompanhamento médico.

“A maioria das pessoas não tem acesso à informação e não sabe da doença. Então no Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, o principal conselho é a prevenção. Precisamos levar essa informação para que as pessoas conheçam a doença, saibam que ela existe, que é grave e que leva a cegueira. A melhor maneira de se cuidar é a prevenção, porque é um dado alarmante, pensando que daqui dois anos, serão 80 milhões de pessoas cegas, sendo que poderia prevenir e controlar”, aconselha Ariadna.

Neste sábado é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. O objetivo da data  é conscientizar a população em geral sobre a importância do diagnóstico precoce desta doença, que é considerada “silenciosa”.

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