Carlos Viana encontra dificuldades para consolidar candidatura a governador

Carlos Viana encontra dificuldades para consolidar candidatura a governador

Dois meses depois de se filiar ao PL, o senador Carlos Viana (PL) enfrenta dificuldades políticas para emplacar a sua candidatura ao governo de Minas. O presidente Jair Bolsonaro (PL), em tese seu principal apoiador, flerta com Romeu Zema (Novo) enquanto a rejeição à candidatura do senador por parte de uma ala do PL começa a vir a público de forma mais clara.


Viana também emite sinais dúbios. Nesta quinta-feira (2), ele deixou de comparecer a um painel durante o congresso Associação Mineira de Municípios (AMM) que contou com a presença dos principais pré-candidatos ao Palácio Tiradentes, como o próprio Zema, Alexandre Kalil (PSD) e Marcus Pestana (PSDB).


Como justificativa para a ausência, Viana disse que a AMM mudou o horário da participação dele e que, como tinha outros compromissos de pré-campanha no Norte de Minas, não pôde esperar. 


O presidente da associação, Julvan Lacerda, rebateu e declarou que o painel estava programado há meses. “Ele não veio porque não quis, o horário dele nunca mudou”. O congresso era importante politicamente, já que reuniu cerca de 600 prefeitos, deputados estaduais, deputados federais e senadores.


Não é a primeira vez que Carlos Viana se envolve em polêmica sobre a presença dele em eventos. No final do mês passado, ele disse que não foi convidado pela Fiemg para a posse da nova diretoria da entidade, que contou com a presença de Bolsonaro. A Fiemg, por sua vez, disse que convidou o senador.


Na ocasião, Bolsonaro não mencionou o nome de Carlos Viana, que pelo menos no papel é o seu palanque em Minas Gerais. Pelo contrário: levantou a mão de Zema e disse que “em time que está ganhando não se mexe”. O gesto foi uma repetição do que aconteceu no início de maio na Expozebu, em Uberaba, quando Bolsonaro também exaltou e elogiou o governador, enquanto o senador ficou em segundo plano.


Os gestos de Bolsonaro a Zema têm explicação nas pesquisas eleitorais: o governador lidera a última pesquisa DATATEMPO com 43,5% das intenções de voto. Kalil vem em seguida com 22,8%. Já Viana é o preferido de 4,2%, o que o coloca na terceira colocação.


Se não bastasse a falta de demonstrações públicas de apoio por parte de Bolsonaro, nesta quinta-feira o deputado estadual Léo Portela (PL) defendeu que o PL desista de lançar Carlos Viana e apoie a reeleição de Zema.


“Sou do PL e contra o lançamento de candidatura própria a governador em Minas Gerais. Projeto de poder pessoal, ainda mais sem consulta às bases partidárias, não pode jamais superar o bom senso de apoiar um governo competente e honesto. Por isso vou com Romeu Zema”, escreveu ele nas redes sociais.


Além dele, há outros parlamentares estaduais que apoiam Zema: Gustavo Santana (PL), cujo pai, José Santana, é o presidente do partido em Minas, é presença frequente ao lado do governador nas viagens pelo Estado, assim como o vice-presidente da Assembleia Legislativa, Antônio Carlos Arantes (PL).


O apoio a Viana dentro do partido está concentrado nos parlamentares bolsonaristas que se filiaram ao PL após a chegada de Bolsonaro, como o deputado estadual Bruno Engler (PL) e o deputado federal Cabo Junio Amaral (PL).

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