Biden visitará local do desabamento na Flórida, onde ainda há 150 desaparecidos

Biden visitará local do desabamento na Flórida, onde ainda há 150 desaparecidos

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visitará esta semana o local do desabamento de um prédio na Flórida, anunciou a Casa Branca nesta terça-feira (29), seis dias após a tragédia, quando diminuem as esperanças de encontrar com vida 150 pessoas ainda desaparecidas.


Pelo menos 11 pessoas foram confirmadas como mortas após o desabamento na manhã de quinta-feira de um bloco residencial de 12 andares à beira-mar em Surfside, uma cidade a 20 km do centro de Miami. 


A Casa Branca disse que o presidente irá até o local acompanhado da primeira-dama, Jill Biden, para garantir que as autoridades estaduais e locais tenham tudo o que precisam para a enfrentar a situação.


“Eles querem agradecer aos heroicos socorristas, equipes de busca e resgate e a todos os que trabalham incansavelmente 24 horas por dia”, disse a secretária de imprensa, Jen Psaki. 


O presidente e sua esposa também desejam "encontrar as famílias que foram obrigadas a suportar esta terrível tragédia, esperando com angústia e desolação saber sobre seus entes queridos, para oferecer-lhes conforto enquanto os esforços de busca e resgate continuam", acrescentou. 


Moradores da parte do complexo Champlain Towers South que permaneceu intacta relataram ter acordado por volta da 1h30 do dia 24 de junho (08h30 em Brasília) com um barulho semelhante ao de um trovão que sacudiu seus quartos. 


As equipes de resgate que chegaram momentos após a queda da torre de 55 apartamentos ajudaram a evacuar dezenas de moradores e retiraram um adolescente vivo dos escombros. 


Mas, desde então, as autoridades têm enfrentado a frustração crescente de familiares e amigos de moradores que ainda estão presos sob uma enorme pilha de concreto e ferro retorcido.


Busca "meticulosa e exaustiva" -
A prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Levine Cava, disse nesta terça-feira que o número de mortos não aumentou em relação aos 11 relatados na tarde de segunda-feira, ressaltando a lentidão de uma busca "meticulosa e exaustiva" por sobreviventes.


“Atualmente há 210 pessoas trabalhando no local. A equipe de busca e resgate da cidade aumentou com equipes de todo o estado e de todo o mundo”, disse Levine Cava. 


Em meio ao calor sufocante e à chuva, as equipes nacionais, juntamente com especialistas de Israel e do México, verificam as ruínas dia e noite em busca de sinais de vida, coletando evidências de possíveis falhas críticas pré-existentes na estrutura do edifício. 


Mas apesar de todos esperarem por um milagre, as perspectivas tornaram-se cada vez mais sombrias com o passar das horas.


Dois venezuelanos foram identificados entre os mortos e há outros 29 latino-americanos vinculados à propriedade da qual ainda não há notícias: nove da Argentina, seis da Colômbia, seis do Paraguai, quatro da Venezuela, três do Uruguai e um do Chile. 


“Sentimos que esta tragédia em Miami é nossa porque é o principal assentamento de venezuelanos nos Estados Unidos”, disse Carlos Vecchio, representante diplomático do opositor venezuelano Juan Guaidó, considerado presidente interino da Venezuela pelos Estados Unidos. 


"Não vamos perder as esperanças!", pediu Vecchio, após visitar o local nesta terça-feira.


Advertência aos coproprietários


Biden, que declarou estado de emergência na sexta-feira, que permite ajuda federal para operações de resgate e realocação para os sobreviventes, disse no fim de semana que seu governo estava "pronto para fornecer qualquer apoio ou assistência necessária". 


"Este é um momento inimaginavelmente difícil para as famílias que sofrem com esta tragédia", disse ele em um comunicado no domingo. 


As autoridades locais prometeram uma investigação "completa" sobre as causas do que aconteceu. 


Segundo uma carta divulgada nesta terça-feira pela mídia norte-americana, o presidente da associação dos coproprietários do complexo Champlain Towers South, Jean Wodnicki, alertou os moradores há dois meses que seu prédio estava sofrendo uma "deterioração" crescente.


Na carta, de 9 de abril, ele estimou que seria necessário investir cerca de 15 milhões de dólares nas avaliações necessárias para resolver problemas estruturais. 


Desde 2018, “a deterioração do concreto se acelerou, a condição do telhado piorou consideravelmente”, alertou Wodnicki. 


Naquele ano, um relatório sobre a luxuosa construção já indicava "danos estruturais significativos", bem como "rachaduras" no porão do prédio, de acordo com documentos divulgados pelo governo de Surfside. 


“A impermeabilização sob as bordas da piscina e a via de acesso para veículos (...) já ultrapassou sua vida útil e, portanto, deve ser removida e totalmente substituída”, escreveu o especialista Frank Morabito neste documento, pedindo reparos “dentro de um prazo razoável", embora sem indicar abertamente um risco de colapso.

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