O trágico acidente ocorrido na madrugada do último domingo (20/8), envolvendo um ônibus que transportava torcedores do Corinthians, deixou um saldo de sete pessoas falecidas e outras 36 feridas. Investigações revelaram que o veículo apresentava uma série de irregularidades, incluindo 31 multas vencidas, das quais oito eram por excesso de velocidade. As infrações somadas acumulam um potencial de quase R$ 4,2 mil em penalidades.
A análise dos registros foi conduzida por meio do Registro Nacional de Infrações de Trânsito (Reinfra), utilizando informações fornecidas pelo Detran e pela Secretaria da Fazenda de São Paulo. De acordo com o levantamento, a mais recente infração ocorreu no dia 1º deste mês, na BR-116, no Ceará, por excesso de velocidade.
Em março de 2020, na cidade de São José dos Campos, interior de São Paulo, o veículo havia sido multado por evasão de pedágio sem pagamento.
Além das multas pendentes, o ônibus também não possuía o devido registro para o transporte de passageiros. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) confirmou que o veículo estava em situação irregular devido à ausência das licenças obrigatórias para a viagem.
Outra irregularidade identificada foi que o tacógrafo do ônibus estava com a licença expirada. O tacógrafo é um componente fundamental para monitorar as condições do veículo durante a viagem, semelhante à "caixa-preta" de um avião. Ele registra informações como velocidade, condução, pausas para descanso do motorista, velocidade média e tempo percorrido.
A licença do tacógrafo estava vencida desde outubro de 2020. A autorização para esse componente é emitida pelo Inmetro, que verifica apenas sua condição. A fiscalização e a regulamentação do veículo em si são responsabilidade dos órgãos de trânsito.
O acidente ocorreu quando o ônibus, transportando torcedores do Corinthians, tombou na BR-381, entre Brumadinho e Igarapé, na Grande Belo Horizonte, por volta das 3h de domingo. A tragédia resultou em sete vítimas fatais e 36 feridos. O ônibus estava retornando para São Paulo após a partida de sábado no Mineirão, localizada a cerca de 60 quilômetros do local do acidente. Inicialmente, houve uma discrepância nos números de mortos reportados pela polícia, sendo esclarecido posteriormente que eram sete as vítimas fatais.
