O Palácio Tiradentes parece ter instituído um cronograma intenso de agendas internacionais, mantendo seus principais líderes em constante deslocamento pelo globo. Em um aparente revezamento custeado por fundos públicos, o governador Romeu Zema e o vice-governador Matheus Simões mal têm tempo de despachar em solo mineiro antes que um ou outro embarque para novos destinos, acumulando milhagem e deixando a administração cotidiana para segundo plano.

Recentemente, Zema concluiu mais uma longa excursão, passando 15 dias em roteiro pela Europa. A justificativa oficial para a viagem, que incluiu paradas na Itália, Bélgica e França, foi a recorrente busca por investimentos, desta vez com foco nos setores de mineração e transição energética. Esta viagem marcou a terceira grande missão internacional do governador apenas em 2025, que já havia passado por El Salvador e por países asiáticos no início do ano.

Mal o governador retornou, e foi a vez do vice-governador Matheus Simões arrumar as malas para um destino igualmente distante. Simões desembarcou na China com o objetivo declarado de inspecionar e acompanhar o embarque de uma nova composição de trem destinada ao Metrô da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A necessidade da presença do vice para um ato de verificação logística tem gerado questionamentos.

Enquanto a cúpula do governo se reveza em missões no exterior, as justificativas de atração de negócios e acompanhamento de projetos de infraestrutura, como o do metrô de Belo Horizonte, são apresentadas como prioridade. Contudo, a frequência e o custo dessas viagens levantam críticas sobre a real necessidade de tantos deslocamentos internacionais e a alocação de recursos públicos para manter a alta administração longe do estado.