Vereador é denunciado por importunação sexual após espiar garotas nuas em Varginha

Vereador é denunciado por importunação sexual após espiar garotas nuas em Varginha

Candidato à reeleição, um vereador do município de Varginha, na região Sul, está sob a mira da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) após a instauração de um inquérito que apura denúncias de importunação sexual feitas por uma adolescente de 18 anos, e outra de 15, contra ele na tarde desse domingo (25) em uma quadra poliesportiva no bairro Imaculada Conceição. As garotas treinam vôlei no espaço, e, disseram à polícia que o suspeito, cujas pautas municipais são ligadas à prática de esportes, pediu a elas que experimentassem um suposto uniforme recém-comprado para o time, mas que tirassem calcinha e sutiã.


A mais velha denunciou ter percebido que o homem, 32, escondeu-se no teto do vestiário para observá-la. A de 15 anos contou que o mesmo episódio repetiu-se com ela pouco tempo antes em duas diferentes oportunidas. Ouvidas as adolescentes, a Polícia Militar (PM) procurou o candidato na residência em que ele mora com os pais, mas não o encontrou. Entretanto, um HD externo que pode estar ligado à prática de crime sexual e uma arma de fabricação turca foram apreendidos no guarda-roupa dele, que, aliás, era mantido trancado com cadeado.


Questionada, a Polícia Civil esclareceu que testemunhas e adolescentes foram ouvidas, como também feitas perícias no espaço onde os crimes teriam acontecido. A investigação está a cargo da Delegacia de Polícia Civil de Varginha que não dará mais detalhes no momento. A reportagem ligou para o telefone fixo do diretório estadual do partido a que pertence o vereador, mas não obteve retorno – e-mail enviado também não foi respondido até a publicação da matéria. A Câmara Municipal de Varginha foi procurada, contudo, também não retornou o pedido de posicionamento feito. Informações não-oficiais indicam que a quadra poliesportiva em questão pertence à Prefeitura Municipal de Varginha, que, questionada, não respondeu a demanda feita até então. O TEMPO procurou o vereador às 8h42 da manhã desta segunda-feira (26) através de sua página no Facebook, mas a mensagem sequer foi respondida.


Entenda


À tarde desse domingo (25), a Polícia Militar foi acionada para uma denúncia de importunação sexual na avenida Manoel Vida, no bairro Imaculada Conceição, lugar que abriga o CAIC II – uma espécie de centro esportivo e educacional na cidade. Logo que chegaram, os militares escutaram a história contada por uma adolescente de 18 anos. Ela relatou à polícia que treina vôlei com um grupo de garotas na quadra poliesportiva, e, que, nesse domingo, o suspeito a procurou convidando-a para experimentar um uniforme recém-obtido por ele para o time por meio de patrocínio.


Entretanto, antes que a garota se dirigisse até o banheiro, o vereador orientou que ela experimentasse sem usar calcinha e sutiã por baixo, pois, segundo ele, estas peças íntimas poderiam “interferir no tamanho do manequim”. A adolescente estranhou o pedido, mas dirigiu-se até o vestiário e retirou o sutiã, optando por permanecer com a calcinha.


Enquanto colocava o uniforme, ela escutou um barulho no teto, e, ao olhar para cima, encontrou um buraco de onde percebeu que o suspeito a espiava. Inconformada com a violência sofrida, a garota correu até outras adolescentes e questionou se elas também haviam percebido algum comportamento estranho por parte do suspeito ou escutado barulhos no momento em que se trocavam no banheiro. Três meninas disseram a ela que também teriam sido submetidas à mesma situação, entretanto, apenas uma delas foi autorizada pelos pais a denunciar o ocorrido.


Trata-se da adolescente de 15 anos. Em depoimento, ela disse à Polícia Militar que, em duas datas anteriores, o vereador pediu a ela que tirasse completamente a roupa no banheiro para experimentar o suposto uniforme recém-adquirido “sem alterar o tamanho”, como descrito na ocorrência. Ela conta que, na segunda vez, retrucou o suspeito dizendo-lhe que já tinha experimentado. Contudo, intimidada por ele, não se recusou – mas, desta vez, ela conta que não tirou nem a calcinha e nem o sutiã. A desconfiança no suspeito surgiu mesmo antes do pedido de que elas experimentassem o suposto uniforme sem roupas íntimas. Isto, pois, o tal uniforme obtido com patrocínio seria um top que cobre apenas os seios e um short-saia, que, segundo as garotas, não compõem de forma alguma o uniforme típico de atletas que praticam vôlei.


PM achou arma em guarda-roupa de vereador


Feitas as denúncias de importunação, militares seguiram para o endereço em que o vereador mora com os pais, mas não o encontraram. Em mensagem enviada pelo WhatsApp para o pai, o suspeito disse que ele avisasse à polícia que estaria indo para a delegacia. Horas mais tarde, o pai, a pedido dos militares, reforçou que o filho chegasse rápido à delegacia. O homem, 32, novamente respondeu, mas, desta vez, disse que iria primeiro à casa de um advogado para, só então, seguir à delegacia acompanhado.


Estranhando a demora, policiais insistiram que o pai ligasse para o vereador, mas, depois desta segunda mensagem, o telefone foi desligado. Em busca autorizada pela família, a PM em conjunto com a Polícia Civil encontrou um guarda-roupa trancado com cadeado no quarto do suspeito. O próprio pai dele desparafusou a dobradiça do móvel, que escondia um HD externo, recolhido para análise, e uma arma calibre 12 de fabricação turca – não se sabe, até agora, se o vereador possuía posse ou porte de arma.

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