Quebec, província no Canadá, vai cobrar imposto de R$ 400 para não vacinados

Quebec, província no Canadá, vai cobrar imposto de R$ 400 para não vacinados

A província canadense de Quebec, paralisada pela propagação da variante ômicron, vai criar nas próximas semanas um novo imposto sanitário para quem não está vacinado contra a Covid-19. "Estamos trabalhando em uma contribuição de saúde para todos os adultos que se recusam a ser vacinados", pois eles representam um "fardo financeiro para todos os quebequenses", disse o primeiro-ministro de Quebec, François Legault.


A cifra não deve ficar abaixo de 100 dólares canadenses (R$ 444). A sustentabilidade jurídica da medida, no entanto, irá depender dos detalhes do texto, ainda que tal taxa possa ser justificada no contexto de um agravamento da pandemia. A proposta, ainda em processo de finalização, não se aplicaria a quem não pode receber o imunizante por razões médicas. 


 


Para Legault, os 10% dos habitantes da província que ainda não receberam uma dose do imunizante não devem "prejudicar" os 90% que já se vacinaram. "Não cabe a todos os quebequenses pagar por isso", afirmou durante uma coletiva de imprensa, e especificou que o governo da província quer que o imposto represente uma "quantidade significativa".


"Sinto certo descontentamento com a minoria não vacinada que, considerando tudo, obstrui nossos hospitais", acrescentou. O primeiro-ministro de Quebec explicou que esses 10% de adultos não vacinados representam 50% das pessoas em unidades de terapia intensiva, situação que descreveu como "chocante".


Em uma tentativa de conter a nova onda, Quebec anunciou em 30 de dezembro o retorno de algumas restrições, incluindo um toque de recolher às 22h e a proibição de reuniões privadas. No total, 2.742 pessoas com Covid estão hospitalizadas e cerca de 255 pessoas estão em terapia intensiva em Quebec, que tem cerca de 8 milhões de habitantes.


As hospitalizações também continuam a aumentar na província vizinha de Ontário, a mais populosa do Canadá, com 3.220 pessoas internadas e 477 em terapia intensiva.


Maconha e bebida


 A província de Québec, segundo o jornal Folha de SP, registrou um aumento de 300% na procura por vacinas contra a Covid-19 depois de determinar que só os imunizados poderão comprar bebidas alcoólicas ou maconha. A restrição foi anunciada pelo ministro da Saúde local, Christian Dubé, na semana passada e só começa a valer na próxima terça-feira (18).


Mas, segundo ele, o número de agendamentos diários para receber a primeira dose do imunizante já saltou de 1.500 para 6.000. Dubé afirmou que o obstáculo ao acesso a álcool e maconha –legalizada para uso recreativo no Canadá em 2018– não tem a intenção de irritar os não vacinados, como o presidente Emmanuel Macron declarou na semana passada sobre o projeto de passaporte vacinal na França. Segundo o ministro, "seria bom" incomodar os que se recusam a receber a vacina, mas seu objetivo é reduzir seu contato com a parcela da população que está imunizada, proteger o sistema de saúde e proteger os não vacinados uns dos outros.


"Este é um primeiro passo que estamos dando. Se os não vacinados não estiverem satisfeitos, há uma solução muito simples: vão tomar a sua primeira dose, é fácil e de graça", disse Dubé. "Se você não quer se vacinar, não saia de casa."

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