Projeto de aumento de imposto de Zema avança e cerveja pode ficar 10% mais cara em Minas

Projeto de aumento de imposto de Zema avança e cerveja pode ficar 10% mais cara em Minas

Dá com uma mão e tira com a outra. Após comemorarem a vinda da Heineken para Minas, setor cervejeiro vê com preocupação o possível aumento da carga tributária


O cenário político e econômico em Minas Gerais se complica à medida que uma proposta de elevação da alíquota do ICMS de 23% para 25% avança no Legislativo estadual. Essa iniciativa, que afeta produtos classificados como "não essenciais" pelo governo, está causando descontentamento no setor cervejeiro, na população e até mesmo dentro do próprio partido do governador Romeu Zema.


Repercussões na indústria e nos consumidores


Segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja, a mudança tributária proposta poderia resultar em um aumento nos custos de produção de cerca de 8% a 10%. Esse custo adicional provavelmente seria repassado ao consumidor final, elevando o preço da cerveja. O aumento também contradiz as promessas de campanha do atual governo, que havia se comprometido a diminuir a carga tributária.


Riscos à competitividade e ao emprego


O aumento potencial do ICMS preocupa também em termos de competitividade. O estado poderia ficar em desvantagem em relação a outros grandes produtores, como São Paulo e Rio de Janeiro, onde as alíquotas são mais baixas.


Discordância interna no próprio partido do governo


O clima de insatisfação também se estende aos membros do partido do governador, o NOVO. Um dos deputados do partido, José Laviola, votou contra na votação do projeto em primeiro turno. Rogério Anício, filiado desde 2017, critica abertamente a proposta. "Aqui em Minas, o discurso se contrasta com a prática. Eles se apresentam como um governo liberal que chegou ao poder com a promessa de reduzir a carga tributária, mas as ações estão mostrando o contrário. Além disso, a decisão sobre o que é essencial cabe ao indivíduo, e não ao estado. O que não é essencial para uns pode ser essencial para outros", argumenta Rogério.


Busca por alternativas


Com a pressão vindo de diversos setores e agora também de dentro do próprio partido do governo, a busca por uma solução equilibrada torna-se ainda mais urgente. O diálogo entre a indústria, a população e os legisladores se intensifica na esperança de encontrar um meio-termo antes da segunda rodada de votações.