Pornhub é processado por supostamente lucrar com vídeos de agressão sexual

Pornhub é processado por supostamente lucrar com vídeos de agressão sexual

Trinta e quatro mulheres apresentaram uma ação na Califórnia contra o site de vídeos para adultos Pornhub, acusando também a empresa matriz MindGeek de lucrar, de maneira consciente, com imagens que mostram estupros e exploração sexual, inclusive de menores de idade.


Os advogados que representam as 34 demandantes acusam a empresa on-line - um dos maiores sites de vídeos para adultos do mundo - de criar um mercado para a pornografia infantil e "qualquer outra forma" de conteúdo sexual não consentido. Eles querem que o grupo pague por danos e prejuízos.


A MindGeek, o controverso império de entretenimento para adultos, é acusada de ser uma "empresa criminosa clássica", com um modelo de negócio baseado na exploração de conteúdos sexuais não consentidos.


"Este é um caso de estupro, não de pornografia", afirma a ação, que descreve o site como "provavelmente o maior depósito de pornografia infantil sem regulamentação na América do Norte e além". 


Todas as demandantes, com exceção de uma, desejam permanecer anônimas. Elas moram nos Estados Unidos e no exterior, e 14 delas afirmaram que eram menores de idade quando foram filmadas e que devem ser consideradas "vítimas del tráfico sexual de crianças".


Michael Bowe, um dos advogados que representa as mulheres, declarou ao canal CBS News que o tribunal poderia condenar a MindGeek a pagar centenas de milhões de dólares a suas clientes. 


Serena Fleites, a única demandante que teve o nome revelado, afirmou que em 2014 tomou conhecimento de que "um vídeo de nudez e sexualmente explícito" que seu namorado a obrigou a fazer quando ela tinha apenas 13 anos foi publicado no Pornhub sem o seu consentimento.


O vídeo permaneceu on-line até que a adolescente, que se fez passar por sua mãe, solicitou a retirada ao Pornhub.


Mesmo assim, o vídeo não foi removido por várias semanas, de acordo com a ação, e durante este período foi baixado e disponibilizado por vários usuários, e cada download do vídeo exigiu um novo pedido para remoção.


Os advogados das demandantes acusam a MindGeek de fazer uma "campanha" de manipulação on-line, em uma tentativa de desacreditar as vítimas, assim como de "ameaças de violência física e de morte" contra elas.


Também processam a Visa Inc., um das maiores empresas de processamento de pagamentos do mundo, por lucrar "de maneira consciente" com o tráfico ao prestar serviços comerciais para a MindGeek.


Tanto Visa como Mastercard suspenderam o processamento de pagamentos para o Pornhub em dezembro, depois que uma reportagem do jornal The New York Times acusou o site de hospedar conteúdo ilegal, incluindo pornografia infantil e vídeos de estupros. 


A ação afirma que a MindGeek é proprietária de mais de 100 sites pornográficos, incluindo Pornhub, RedTube, Tube8 e YouPorn, e recebe quase 3,5 bilhões de visitas por mês.


A MindGeek, com sede em Montreal, descreveu o processo em que é classificada como uma "empresa criminosa" de "totalmente absurdo, completamente imprudente e categoricamente falso", segundo a imprensa americana. 


O Pornhub, que tem 130 milhões de visitantes por dia, nega as acusações de tráfico e anunciou uma série de medidas para combater os conteúdos ilegais.

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