Mauro Cid presta depoimento à PF por mais de nove horas em caso de suposta tentativa de golpe

Mauro Cid presta depoimento à PF por mais de nove horas em caso de suposta tentativa de golpe

Na última segunda-feira (11/3), nas dependências da Polícia Federal em Brasília, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi submetido a um extenso interrogatório que ultrapassou as nove horas de duração. O depoimento teve início por volta das 15h e somente terminou na madrugada desta terça (12/3), pouco após 0h15.


O oficial, que não é alvo das investigações, foi ouvido como colaborador no inquérito que examina a possível participação de Bolsonaro, ex-ministros e militares em uma alegada tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente no poder.


Desde setembro do ano passado, quando formalizou um acordo de delação premiada com a PF, Cid está obrigado a fornecer informações adicionais para manter os benefícios do acordo. Especula-se que sua participação seja vital para esclarecer os detalhes revelados no depoimento do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, no início do mês.


A expectativa era de que Cid fornecesse esclarecimentos sobre a denominada "minuta do golpe", uma trama golpista que envolve diversos personagens do cenário político. No entanto, há divergências entre os agentes da PF quanto à relevância das informações que o militar pode oferecer para a investigação.


Segundo informações do Blog do Noblat, a estratégia de defesa de Mauro Cid visa garantir benefícios, como a "anistia" para sua esposa, Gabriela Santiago Ribeiro, e seu pai, o general da reserva Mauro Lourena Cid. Embora não sejam investigados no contexto da suposta tentativa de golpe, estão envolvidos em casos relacionados à fraude do cartão de vacina e ao desvio de presentes oficiais sauditas.


Este foi o sétimo depoimento prestado por Mauro Cid à PF, sendo o mais recente com uma duração de nove horas. Em setembro de 2023, o oficial fechou um acordo de delação premiada, cujos termos ainda permanecem em sigilo. Desde então, sua delação tem sido peça-chave na Operação Tempus Veritatis, que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo Bolsonaro, militares, ex-ministros e funcionários do governo anterior.

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