Em um movimento sem precedentes, um pedido de impeachment contra o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi oficialmente apresentado ao Senado Federal. Este pedido histórico, respaldado por um contingente significativo de parlamentares, é considerado um dos mais plausíveis para ser aceito e resultar em um processo formal no Senado.

A motivação para tal ação decorre de uma declaração controversa feita pelo ministro durante o congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). Barroso, em suas palavras, afirmou: "Nós derrotamos o bolsonarismo". Esta afirmação foi interpretada por muitos como uma clara expressão de posicionamento político.

O senador Flávio Bolsonaro (RJ) expressou sua opinião sobre a declaração, afirmando que ela serviu apenas para confirmar a postura política do ministro. "Não é com prazer que estamos apresentando este pedido de impeachment contra o ministro Barroso, mas infelizmente chegamos a um ponto em que não há outra opção", disse ele.

Ele continuou: "O que ele fez foi apenas expressar em palavras o que milhões de brasileiros têm observado durante os anos do governo Bolsonaro, durante e após o processo eleitoral. Esta injusta e arbitrária ação contra Bolsonaro, tornando-o inelegível sem qualquer base, é uma covardia".

Agora, para que o processo de impeachment possa avançar, é necessário que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), inclua o pedido de impeachment na pauta do plenário. Dada a recente reação de Pacheco às declarações do ministro, tudo é possível.

Vale lembrar que Barroso também é conhecido por sua frase "Perdeu, Mané!", em resposta a um cidadão brasileiro que o questionou nos Estados Unidos sobre as eleições. Este incidente foi documentado em um livro provocativo intitulado "Perdeu, Mané!".

Pacheco de olho na vaga

Nos bastidores, há uma crescente especulação de que Rodrigo Pacheco possa estar buscando a indicação do presidente Lula para a vaga no STF, caso Barroso seja destituído por impeachment. Este interesse de Pacheco na vaga do STF pode ser um fator crucial para a inédita abertura do processo de impeachment, uma vez que a remoção de Barroso do STF poderia abrir caminho para sua indicação.

Pacheco sabe que teria chances mínimas de um reeleição por Minas Gerais, face a alta taxa de rejeição que angariou ao longo de cinco anos de mandato no senado. Uma indicação de Rodrigo Pacheco para o STF seria entendida por ele e seus aliados como um prêmio de consolação pela dedicação ao PT e ao presidente Lula, mesmo antes da eleição.