Idosas enfrentam segunda inundação em menos de três meses em Contagem, MG

Idosas enfrentam segunda inundação em menos de três meses em Contagem, MG

O sorriso no canto do rosto da idosa Clarisse Liporati, de 85 anos, tenta disfarçar as incertezas sobre qual será o seu destino após a casa onde ela vive com a irmã Maria Dalva, 83, ser tomada pela água da chuva da madrugada desta quarta-feira (20 de março). A residência, localizada na avenida Francisco Firmo de Matos, no bairro Eldorado, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, ficou completamente inundada. O volume da água chegou na cintura das duas idosas. Essa foi a segunda vez em menos de três meses que a casa foi tomada pela chuva. Pelo menos 30 famílias foram afetadas pelas chuvas na cidade.


"A gente estava dormindo e a Dalva me acordou dizendo que a água estava entrando na casa. Eu pensei: mais uma vez? Não é possível", contou a idosa Clarisse Laporti. Ao perceber o volume da água dentro da residência, ela se recordou da noite do dia 31 de dezembro de 2023. "Estávamos prontas para a virada do ano, e veio a chuva. Perdemos tudo", lembrou.


A casa onde as idosas vivem foi comprada pela família durante a década de 1960. A família, de descendentes de italianos, se mudou do interior de Minas Gerais para Contagem em busca de oportunidades de trabalho. Na casa viveram os pais das duas idosas e os outros cinco irmãos.


"A gente tem um carinho pela casa, foi dos nossos pais. Não queremos mudar, mas parece que não tem jeito. É a segunda vez que perdemos tudo", desabafou Clarisse. Por causa da chuva da madrugada desta quarta-feira (20), as irmãs perderam os móveis e os eletrodomésticos, algo semelhante ao que ocorreu na noite do dia 31 de dezembro. "Conseguimos voltar para a casa porque os vizinhos nos ajudaram, fizeram doações. Agora não sabemos como vai ser", completou.


A família se mobiliza para oferecer abrigo para as idosas. Elas devem seguir para a casa da sobrinha Karen Leporati, de 33 anos, que também reside na cidade. "Elas não podem ficar aqui. Vou tentar acalmá-las e levar para a minha casa. Depois decidimos o que vamos fazer", contou.


Ela afirma que ainda não sabe o que pode ter provocado a inundação. No entanto, segundo a sobrinha das idosas, há uma omissão do poder público. "Em dezembro, quando o problema ocorreu pela primeira vez, ninguém veio aqui, ninguém procurou saber o que aconteceu. Hoje a Defesa Civil apareceu, mas é tarde. Aconteceu novamente", finalizou.


Durante a manhã desta quarta-feira (20), o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil de Contagem estiveram na casa das idosas. Parte do imóvel foi interditado, mas elas seguiam na residência. "É apegar em Deus, e ver o que vamos fazer", finalizou Clarisse.

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