Filho de Bolsonaro vira alvo de operação da PF horas depois de participar de live ao lado do pai

Filho de Bolsonaro vira alvo de operação da PF horas depois de participar de live ao lado do pai

Horas antes da operação, Carlos Bolsonaro participou de uma live política junto com Jair Bolsonaro e os outros irmãos


Nesta segunda-feira (29/1), a Polícia Federal (PF) executou mandados de busca e apreensão em uma nova fase da operação relacionada à "Abin paralela" do governo Bolsonaro. Entre os alvos dessa ação estão o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do ex-presidente, e seus assessores.


Os mandados foram cumpridos tanto na residência de Carlos Bolsonaro quanto em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.


Esta operação é um desdobramento das investigações da PF sobre um esquema ilegal de espionagem durante o governo de Jair Bolsonaro. As buscas foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.


De acordo com as investigações, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi utilizada para espionar adversários, incluindo políticos e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do software FirstMile.


Na última quinta-feira (25/1), foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, incluindo o do deputado federal Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor da Abin entre 2019 e 2022, apontado como responsável pelo esquema de espionagem ilegal.


Segundo as informações obtidas pela PF, policiais federais que ocupavam cargos de destaque na Abin durante o governo Bolsonaro utilizavam serviços ilícitos para interferir em investigações da Polícia Federal. Essa interferência visava prejudicar investigações que envolviam os filhos do então presidente, além de produzir provas favoráveis a Renan Bolsonaro, filho mais novo de Jair Bolsonaro.


Na noite de domingo, Carlos Bolsonaro participou de uma live política ao lado de Jair Bolsonaro, que foi assistida por milhões de brasileiros nas redes sociais. Os acontecimentos recentes, no entanto, colocam uma sombra sobre a imagem política da família Bolsonaro, uma vez que a operação da PF aponta para um complexo cenário de abuso de poder e manipulação política envolvendo a Abin.


Os mandados de busca e apreensão desta nova fase são desdobramentos de uma operação da PF realizada em outubro do ano passado. Naquela ocasião, dois agentes da Abin foram presos sob suspeita de chantagearem Ramagem. Esses agentes, que enfrentavam processos administrativos, ameaçaram tornar público o esquema de espionagem ilegal. Após a investigação da PF, ambos foram expulsos da instituição.

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