'Não podemos permitir que os milicianos acabem com esse país', afirma Lula em discurso

'Não podemos permitir que os milicianos acabem com esse país', afirma Lula em discurso

O ex-presidente Lula (PT) voltou a criticar o presidente Jair Bolsonaro e a Operação Lava Jato em discurso de cerca de 50 minutos na tarde deste sábado, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Após desembarcar em São Paulo pela manhã, vindo de Curitiba, onde estava preso, o petista seguiu para o Sindicato dos Metalúrgicos. Por volta de 14h50, ele iniciou um pronunciamento a militantes ao lado de lideranças de esquerda em um trio elétrico em frente à sede da entidade.


O primeiro alvo do ex-presidente foi a Operação Lava Jato, principalmente o procurador Deltan Dallagnol e o ex-juiz federal e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que o condenou no caso do triplex de Guarujá. "Eu preciso provar que o Moro é um canalha. Eu precisava provar que o Dallagnol não representa o Ministério Público, uma instituição séria. Os delegados que fizeram o inquérito contra mim mentiram em cada palavra. Eu tenho mais dez processos. É uma mentira atrás da outra."


Em seguida, ele ligou Bolsonaro a milícias. "O Bolsonaro foi eleito para governar para o povo brasileiro, e não para os milicianos do Rio de Janeiro", afirmou. "Não podemos permitir que os milicianos acabem com esse país", reiterou. Lula também lembrou do caso de suspeita de rachadinha (quando funcionários são obrigados a devolver parte do salário) no gabinete do então deputado estadual pelo Rio de Janeiro e atual senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, envolvendo o ex-assessor do parlamentar Fabrício Queiroz. "O Bolsonaro tem que explicar onde está o Queiroz."


Lula criticou a atuação dos filhos do presidente, que, segundo ele, espalham notícias falsas. "Esse país não merece o governo que tem, que manda os filhos contar mentiras todo dia através de fake news", opinou.


O petista se mostrou contrário a medidas tomadas pelo governo federal, como a reforma da Previdência. "Enquanto ele [Bolsonaro] aumentou o tempo de aposentadoria dos trabalhadores, se aposentou muito jovem", disse. Ele também comentou a flexibilização do porte e da posse de armas. "Contra a distribuição de armas do Bolsonaro, vamos distribuir livros."


O ex-presidente exaltou a esquerda no continente, lembrou das vitórias de Alberto Fernández para a Presidência da Argentina e de Evo Morales para a da Bolívia e apontou o dedo para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Que o Trump resolva os problemas dos americanos e não encha o saco dos latino-americanos. Ele não foi eleito xerife do mundo", relatou.


Em tom frequente de candidato no discurso, Lula vislumbrou a eleição que será realizada daqui a três anos. "Se a gente souber trabalhar direitinho, em 2022 a esquerda vai derrotar a ultra-direita", afirmou, sem se confirmar ou negar que seja um possível concorrente.


Após o pronunciamento, o presidente foi carregado por militantes.

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