'Não foram toques profissionais', diz paciente de médico investigado por crime sexual em Alfenas

'Não foram toques profissionais', diz paciente de médico investigado por crime sexual em Alfenas

Uma das cinco mulheres que denunciaram o médico de 56 anos que é investigado por crime sexual em Alfenas (MG) revelou detalhes de como foi a consulta com o profissional. A mulher relatou que o abuso denunciado por ela aconteceu no consultório do cirurgião plástico. "Coloquei o jaleco que ele me propôs, tirei as minhas roupas e nesse momento houve toques e, assim, insinuações, das minhas partes íntimas. Que não foram toques profissionais”, falou a mulher, que preferiu não se identificar.


 Ela destacou que quando a situação ocorreu, não havia entendido a gravidade do que aconteceu durante a consulta. “Naquele momento a ficha não tinha caído, né? No momento em que eu estava lá presente, eu estava incomodada com a situação, foi muito difícil. Só depois que eu cheguei em casa que eu fui pensar a respeito de tudo que aconteceu lá, que eu entendi a gravidade dos fatos", disse. "O toque que ele fez em mim eu acho que poderia ser até como estupro, porque teve um toque físico, né? Mas é uma coisa que eu não desejo para ninguém para nenhuma mulher e é uma coisa muito muito triste passar por uma situação dessa", completou.


O caso do médico se tornou público após a Polícia Civil cumprir mandados de busca e apreensão na residência e no consultório dele. Ele, identificado como Hudson Almeida, é investigado pelo crime de violação sexual mediante fraude. “Diferente do crime de estupro, que é cometido mediante violência ou grave ameaça, em que a pessoa é submetida àquele ato sexual não consentido de forma violenta e ameaçadora. A violação sexual mediante fraude, o agente induz a vítima à prática daquela ato de forma enganosa, ela engana ela como se aquilo fosse um procedimento que ele tivesse que fazer com ela, ai ela pratica o crime”, explicou a delegada Rafaela Franco.


Segundo a Polícia Civil, cinco vítimas fizeram denúncias contra o médico, sendo três neste inquérito de 2021 e duas na investigação iniciada neste ano.


A polícia pediu a prisão preventiva do médico, mas a justiça não concedeu o pedido. Ele responde em liberdade, mas foi desligado do Hospital Alzira Velano, de Alfenas, onde também trabalhava. A polícia solicita que eventuais vítimas acionem a polícia para denunciar, sendo garantido o sigilo absoluto das informações. A denúncia pode ser feita pelo Disque 181, de forma sigilosa, ou pessoalmente na Deam de Alfenas. 

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