Militares venezuelanos fecharam o acesso ao Parlamento em Caracas para a instalação da Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro. A posse ocorrerá nesta sexta-feira (4), em um forte clima de tensão com opositores e com a população, que é contrária à manobra do sucessor chavista de escrever uma nova Carta Magna para o país.
A Guarda Nacional Bolivariana (GNB) fechou os acessos ao Parlamento desde as primeiras horas da manhã desta sexta-feira (4) e colocaram grades de metal para impedir a passagem de veículos.
Maduro instalará hoje a Assembleia Constituinte, apesar de todos os apelos internacionais e dos países vizinhos não reconhecerem a medida.
A crise política na Venezuela, que se agravou nos últimos quatro meses, já deixou um saldo de mais de 110 mortos em confrontos entre opositores e forças do governo. Duas manifestações estão previstas para hoje, uma da oposição e outra dos partidários de Maduro. Ambas devem marchar rumo ao Parlamento.
A Assembleia Constituinte de Maduro será instalada no Salão Elíptico do Palácio Legislativo, onde também fica a Assembleia Nacional, o que pode provocar confronto entre os parlamentares.
A Assembleia Nacional, dominada pela coalizão opositora Mesa de Unidad Democrática (MUD), emitiu um comunicado acusando a Guarda Bolivariana de "usar da força para violentar portas e começar os preparativos da posse" da Constituinte.
Mercosul
Os ministros das Relações Exteriores do Mercosul se reunirão amanhã (5) em São Paulo para discutir a crise na Venezuela e devem optar pela aplicação da "cláusula democrática", contemplada no Protocolo de Ushuaia, que pode excluir o país de todos os organismos de ação do bloco regional. Isso significaria a expulsão completa da Venezuela do Mercosul.