Milhares de pessoas fogem do supertufão Rai nas Filipinas

Milhares de pessoas fogem do supertufão Rai nas Filipinas

O supertufão Rai atingiu nesta quinta-feira (16) as Filipinas e obrigou dezenas de milhares de pessoas a fugir de suas casas pelo temor dos ventos violentos e das chuvas torrenciais, o fenômeno mais potente a afetar o país insular em 2021.


O supertufão tinha ventos de 195 km/h ao tocar o solo às 13H30 (2H30 de Brasília) na ilha meridional de Siargao, um popular destino turístico, informou a agência meteorológica estatal.


"Estou com medo de verdade", declarou à AFP Nida Delito, de 56 anos e proprietária de um restaurante na província central de Bohol, onde os ventos arrancaram telhados de casas e derrubaram árvores.


"Muitos tufões passaram por aqui antes e ficou tudo bem. Mas este é diferente", disse.


Um "supertufão" é um ciclone extremamente violento, equivalente a um furacão de categoria 5 nos Estados Unidos, e apenas cinco são registrados a cada ano no planeta. 


Este é o ciclone mais violento registrado este ano nas Filipinas.


De acordo com agência de gestão de emergências, mais de 90 mil pessoas foram obrigadas a fugir e procurar refúgio, incluindo muitos turistas nacionais - os estrangeiros continuam proibidos de entrar no país devido à pandemia.


Muitos voos foram suspensos e dezenas de portos permanecem temporariamente fechados diante da advertência de grandes ondas que poderiam provocar "inundações fatais" em áreas costeiras.


"Esta tempestade monstruosa é aterrorizante e ameaça atingir comunidades costeiras como um trem de carga", disse Alberto Bocanegra, diretor da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho nas Filipinas.


"Estamos muito preocupados de que a mudança climática esteja tornando os tufões mais violentos e imprevisíveis", acrescentou.


Um supertufão tardio


De fato, o Rai atinge o país de maneira tardia na temporada de tufões, que normalmente vai de julho a outubro.


Depois de tocar o solo em Siargao, o tufão deve atravessar a região das ilhas Visayas, Mindanao e Palawan, antes de emergir no sábado no Mar da China Meridional e depois no Vietnã.


A agência meteorológica advertiu para ventos "muito destrutivos" que poderiam provocar "danos de moderados a fortes em estruturas e na vegetação".


O meteorologista Christopher Perez afirmou que os ventos "poderiam derrubar linhas de energia elétrica e árvores", assim como danificar casas construídas com materiais leves.


"Preparem-se para chuvas intensas e ventos fortes", disse.


Vídeos verificados gravados por turistas em Siargao mostram árvores atingidas pelos ventos. No município de Dapa, as famílias desabrigadas dormiam no chão de um complexo esportivo.


Em Cagayan de Oro, na ilha de Mindanao, a guarda costeira utiliza barcos infláveis, botes salva-vidas e macas para resgatar pessoas presas em suas casas inundadas perto de um riacho.


Até o momento não foi registrada nenhuma morte ou ferido na passagem do tufão, que provocou alguns cortes de energia elétrica.


Filipinas é um dos países mais vulneráveis ao impacto da mudança climática, com a média anual de 20 tempestades e tufões.

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