Em uma tentativa de tornar os veículos mais acessíveis aos consumidores, o governo está buscando maneiras de baratear os preços dos carros populares. No entanto, isso pode levar as montadoras a retirarem alguns acessórios e itens de série dos veículos, aqueles que são produzidos em larga escala e de forma padronizada.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Lima Leite, afirmou nesta quinta-feira (25) que é possível que os preços dos veículos novos caiam para menos de R$ 60 mil. No entanto, para atingir esse valor, as montadoras podem fazer alterações nos carros.
"Cada montadora pode fazer pequenas mudanças para tornar seus veículos mais competitivos", disse Leite em um seminário realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para celebrar o Dia da Indústria.
Leite ressaltou que itens de segurança, como cintos de segurança e barras de proteção nas portas, não podem ser retirados pelas montadoras, pois são considerados essenciais para a segurança do consumidor.
"Os itens de segurança obrigatórios são uma grande conquista para o consumidor e para a sociedade; eles serão mantidos. Não há flexibilidade em relação à segurança veicular, assim como não há flexibilidade em relação à questão ambiental e ao estímulo social relacionado ao preço do veículo", afirmou o presidente da Anfavea.
O governo federal anunciou recentemente um programa de estímulo à indústria automotiva, visando ampliar o acesso aos carros populares. Uma das principais medidas é a redução de impostos, como IPI, PIS e Cofins, para veículos com valor de até R$ 120 mil.
Com essas medidas, as montadoras estarão oferecendo descontos que variam de 1,5% a 10,79% nos carros novos, dependendo do preço do veículo, de sua eficiência energética e densidade industrial. A intenção é beneficiar os consumidores e impulsionar o setor automotivo no país.
