Deputada da extrema-esquerda promete 'parar o congresso' e pede a cabeça de Moro

Deputada da extrema-esquerda promete 'parar o congresso' e pede a cabeça de Moro

Jandira Feghali disse que oposição vai obstruir as pautas- Foto: Reprodução


Deputados da base de oposição ao governo Jair Bolsonaro (PSL) pretendem fazer obstruções às pautas durante votações na Câmara. Os bloqueios são motivados pelas mensagens atribuídas ao atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e a membros da força-tarefa da Lava Jato, como o procurador da República Deltan Dallagnol. Os oposicionistas articulam para a saída de Moro da pasta.  


Apesar de aguardarem confirmações sobre a autenticidade das mensagens e mais novidades sobre o caso, eles já avaliam a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso. A oposição ainda se mobiliza para pedir que os citados compareçam à Casa para esclarecimentos.


Para isso, eles precisam de maior base e até da ajuda do chamado bloco do “centrão”, que reúne as legendas PR, PRB, PP, DEM e Solidariedade. A deputada do PCdoB-RJ, Jandira Feghali, líder de minorias na Casa, afirmou que “cabe ao Parlamento brasileiro entrar nas investigações”. Portanto, Jandira garantiu: “Vamos obstruir todas as pautas. Não vamos votar mais nada. Não vamos permitir a apresentação do relatório da Previdência”, declarou.


Já Paulo Pimenta (PT-RS) líder do partido na Câmara, diz que é necessário que haja procedimentos disciplinares administrativos para com Moro e Deltan.  Ele defendeu: “Queremos a renúncia do juiz Sergio Moro, o afastamento do juiz Sergio Moro”. Outros líderes oposicionistas defendem que os dois teriam que ser afastados de suas funções e os celulares entregues às investigações, para não prejudicar as apurações. 


O outro lado


Em nota, o ministro Sergio Moro afirmou que o conteúdo das “supostas mensagens” não revelam qualquer “anormalidade ou direcionamento” de sua atuação como magistrado. Segundo ele, as mensagens são sensacionalistas e foram retiradas de contexto. Moro também lamentou o fato de o site The Intercept não revelar a fonte do vazamento das conversas, a quem acusa de ser “responsável pela invasão criminosa de celulares de procuradores”. 


A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a denúncia. Segundo o ministério, Moro recebeu uma ligação do seu próprio número, estranhou o fato e atendeu o telefonema. A partir disso, o acesso foi feito via Telegram, aplicativo que, de acordo com a pasta, o ministro deixou de utilizar há cerca de dois anos. 


Em seu Twitter, o procurador Deltan Dallagnol sugeriu ser natural que membros do MPF, a quem cabe denunciar, comuniquem-se com o juiz da causa, a quem cabe julgar a denúncia. “A atuação sórdida daqueles que vierem a se aproveitar da ação do hacker para deturpar fatos, apresentar fatos retirados de contexto e falsificar integral ou parcialmente informações atende interesses inconfessáveis de criminosos atingidos pela Lava Jato”, escreveu Dallagnol.

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