Apesar de apelos, nova CPI é tida como improvável no Senado

Apesar de apelos, nova CPI é tida como improvável no Senado

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) vem trabalhando, nos últimos dias, na coleta de assinaturas para a instalação de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado. O colegiado teria como objetivo investigar o enfrentamento à pandemia com foco a partir de novembro de 2021. A CPI instalada em 2021 teve seu encerramento em 27 de outubro.


De acordo com Randolfe, os trabalhos seriam centrados na vacinação infantil, insuficiência de provisão para doses de reforço dos imunizantes, ataques aos servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), insuficiência da política de testagem e apagão de dados no Ministério da Saúde.


Porém, senadores acreditam ser mais difícil instalar uma nova comissão para apurar ações e omissões do governo federal. Além do desgaste já provocado pelos mais de seis meses de duração da CPI de 2021, pesa o fato de 2022 ser ano eleitoral. Com o passar dos meses, segundo parlamentares, os trabalhos legislativos ficarão menos intensos, com deputados e senadores redirecionando o foco para as eleições.


Para ser criada, uma Comissão Parlamentar de Inquérito precisa da assinatura de pelo menos 27 dos 81 senadores. No momento, Randolfe acredita contar com cerca de 20.


A iniciativa é apoiada pela cúpula da CPI realizada no ano passado, sobretudo os senadores Omar Aziz (PSD-AM), que foi presidente da comissão, e Renan Calheiros (MDB-AL), que foi o relator. Porém, grupos de diferentes partidos, como MDB, Podemos, PSDB e PSD, que foram favoráveis à criação do colegiado em 2021, resistem em demonstrar apoio a uma reedição da CPI.


A prerrogativa de ordenar a criação de uma CPI é do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Em 2021, ele se mostrava contra instalar a comissão, mas teve que ceder após decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), em pedido feito por senadores. Desta vez, a avaliação é de que Pacheco também não estaria disposto a determinar a instalação.


O Congresso Nacional retorna do recesso parlamentar no dia 2 de fevereiro.

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