A negativa causou um racha na administração governamental. A ministra Marina defendeu enfaticamente a postura cautelosa do Ibama, enquanto o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pressionou pela imediata liberação do empreendimento.

No dia 5 deste mês, Marina reiterou que o Ibama analisaria atentamente a proposta da Petrobras com "total imparcialidade". "Em um governo democrático, os especialistas têm a autonomia de apresentar suas análises. E as autoridades, cujas decisões devem ser baseadas em evidências para moldar políticas públicas, devem considerar as opiniões dos técnicos", declarou.

O Ibama adota uma abordagem imparcial, seguindo pareceres técnicos criteriosos. No decorrer dos anos, mais de 2 mil licenças foram concedidas à Petrobras. Se as aprovações anteriores não foram politicamente influenciadas, o mesmo princípio se aplica às negações de licenças."
Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente

Por outro lado, no dia 9, Alexandre Silveira afirmou que continuaria a defender o projeto. "Esta discussão está em pauta no governo, porém estou confiante de que sairemos vitoriosos desse debate, e as atividades de pesquisa serão realizadas nesse bloco e em outros", declarou o ministro à Rádio BandNews FM.

No epicentro da controvérsia, o Presidente Lula já destacou no início do mês que a decisão do Ibama não era definitiva. "O relatório do Ibama indicou a inviabilidade (da exploração na região), mas não é uma conclusão final, pois apontaram deficiências técnicas que a Petrobras pode corrigir", enfatizou o líder do Partido dos Trabalhadores, em entrevistas a rádios da Amazônia.