‘Lista do sexo’ em rede social causa revolta de mulheres em Esmeraldas

‘Lista do sexo’ em rede social causa revolta de mulheres em Esmeraldas

Uma postagem difamatória publicada nas redes sociais com o nome “Verdades Secretas de Esmeraldas: O Book Rosa das Tops de Pedra Verde” pegou de surpresa 14 moradoras da cidade de 33 mil habitantes na região metropolitana de Belo Horizonte.


Na lista, postada em duas versões – no início da semana passada e no último domingo – em um perfil falso no Instagram, as vítimas são tachadas como garotas de programa de luxo, adúlteras, homossexuais e caça-dotes. A mensagem foi espalhada pelo aplicativo WhatsApp e virou o principal assunto para os fofoqueiros de plantão do município, segundo as vítimas.


“Todo mundo me conhece e me olha diferente na rua. Escreveram só calúnia, tudo falso”, reagiu uma educadora infantil, de 27 anos. A mulher, que tem filhos pequenos, conta que ainda não se recuperou da perda do marido, falecido há nove meses, e foi chamada de “sedutora”, “capaz de enlouquecer qualquer novinho rico com seus olhos verdes”. “Eles me acusaram até mesmo de matar meu marido, que tinha uma condição financeira boa. As pessoas ficam me apontando na rua”, lamentou a vítima.


‘Jardim do Éden’


Outra mulher citada é apontada como garota de programa experiente. O texto da lista diz que ela não cobra apenas em dinheiro e também aceita presentes e festas de luxo como pagamento. “Ou seja, te dá outras opções. Faz de tudo, serviço completo e profissional”, traz a mensagem. Uma mulher é considerada “a fruta da tentação, a maçã do jardim do Éden, linda por fora, podre por dentro”. Essa vítima, completa a mensagem, recebe “talco” como pagamento.


Uma assistente financeira de 33 anos, citada como a “mulher dos olhos negros, totalmente experiente na cama e conhecida na cidade por seus rebolados”, é chamada de “putinha”. A vítima acredita que os autores da lista são pessoas ligadas ao seu grupo de amigos. “Tiveram acesso a meu perfil no Instagram. Até a zoação de meus amigos, de que rebolo feito cobra mal matada, eles escreveram”, disse a mulher.


Tecnologia


O inspetor da Polícia Civil de Esmeraldas, Eduardo Machado, afirmou que a delegacia não tem capacidade técnica para rastrear a autoria da postagem na internet. Assim que ele receber queixa, o caso será encaminhado para a Delegacia Especializada em Crimes Cibernéticos, na capital, onde a educadora infantil que teve seu nome citado no “Book Rosa das Tops de Pedra Verde” pretende registrar a queixa.

Siga o Instagram do Portal Minas SEGUIR