Ediana Júlia afirma ter presenciado a cena com o suspeito exibindo as imagens
Um consultor de vendas, de 58 anos, foi levado para a delegacia na tarde deste sábado (23) como suspeito de exibir vídeos eróticos para crianças e adolescentes em uma praça de Belo Horizonte. Uma das mães diz ter presenciado a cena. O homem nega o ato e afirma que não percebeu quando alguns menores pegaram seu celular e começaram a ver imagens que ele desconhece, mas que costumam chegar pelo WhatsApp.
O caso ocorreu na noite de sexta-feira, por volta das 21h. A microempresária Ediana Júlia de Assis Silva, de 33 anos, contou que estava na praça do México, no bairro Concórdia, na região Nordeste, conversando com amigas, enquanto seus filhos – duas meninas de 7 anos e 12 anos e um menino de 14 anos – se distraíam por ali. Em determinado momento, ela percebeu que um homem se aproximou e, de repente, estava rodeado de crianças e adolescentes. “Perguntei para uma das minhas amigas se elas o conheciam, mas ninguém sabia quem era. Fiquei de olho nele, vi que estava mostrando algo no celular”, relatou.
Ao se aproximar, ela afirmou que viu o homem exibindo um vídeo pornográfico. “Ele estava com o celular na mão, mostrando as cenas e comentando”, acrescentou. A reação dela foi tomar o celular da mão do homem e começar a gritar.
Ediana afirmou ter ligado para o 190, aguardado até a meia-noite, mas não havia viatura disponível. Então, foi orientada a procurar uma delegacia no dia seguinte. Levou o celular para casa como prova do crime e o entregou neste sábado (24) às polícias Militar e Civil.
Já o consultor de vendas estava transtornado com a denúncia. O advogado dele, Renato Linhares, disse que tudo não passa de um mal-entendido. “O celular dele não tem senha. Ele é alcoólatra. O celular foi tomado da mão dele por crianças, supostamente, mas todos na faixa da adolescência. Esse telefone passou na mão de um para o outro, sem autorização e conhecimento dele. Quando então a mãe pegou o celular, o acusou de diversas coisas, não tomou providências legais, e ficou com o celular”, disse Linhares.
A Polícia Civil, por meio da assessoria de imprensa, informou que o suspeito vai ser autuado por ato obsceno. Ele pode pagar fiança para ser solto.
Dificuldade para registrar BO
Para registrar o caso, a microempresária Ediana Júlia de Assis Silva precisou esperar mais de 15 horas e ir mais de uma vez à Central de Flagrantes (Ceflan) da Polícia Civil. O primeiro acionamento foi feito na noite de sexta-feira pelo 190. “Ela fez o chamado à Polícia Militar, mas devido a demanda muito elevada no momento, o atendimento foi feito hoje na parte da manhã”, disse o cabo Seabra Ribeiro, que atendeu a ocorrência.
Por volta de meio-dia, Ediana, os três filhos e o suspeito chegaram à Central de Flagrantes, onde permaneceriam durante a tarde. “Os policiais me perguntaram se eu levaria a denúncia à diante, por ser algo muito grave e que levaria tempo para registrar. Mas eu fico aqui o dia inteiro se for preciso. Não quero que esse homem faça com outras crianças o que fez com meus filhos”, completou Ediana.
