CCJ tenta concluir nesta quarta debate da denúncia contra Temer para votar em seguida

CCJ tenta concluir nesta quarta debate da denúncia contra Temer para votar em seguida

CCJ da Câmara deve votar denúncia contra Temer nesta quarta-feira (18)


A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados retomará nesta quarta-feira (18) a discussão sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).


O debate começou nesta terça (17) e, ao todo, 47 deputados já se pronunciaram, dos quais 35 contra o presidente e 12, a favor.


Para esta quarta estão previstos os discursos de mais 9 deputados (outros parlamentares ainda podem se inscrever).


Nesta fase, a CCJ discute o parecer do relator, deputado Bonifácio Andrada (PSDB-MG), que recomenda a rejeição da denúncia.


Passada a fase a discussão, Bonifácio terá até 20 minutos para se pronunciar sobre o relatório. Em seguida, poderão falar os advogados de Temer, de Padilha e de Moreira.


Concluída esta etapa, os deputados da CCJ passarão, então, a votar o relatório de Bonifácio Andrada.


O parecer será aprovado ou rejeitado conforme a maioria dos votos, desde que estejam presentes à sessão, pelo menos, 34 parlamentares.


Independentemente do resultado, a palavra final sobre o prosseguimento ou não da denúncia caberá ao plenário da Câmara.


Temer foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa.


Mas o STF só poderá analisar a acusação contra o presidente se a Câmara autorizar.


CCJ começa a discutir parecer pela rejeição da denúncia contra Temer
Primeiro dia de discussão


Nesta terça, primeiro dia de discussão sobre a denúncia, deputados contrários ao governo chegaram três horas antes da sessão para marcar um lugar na fila de oradores.


Alguns deputados da base aliada, por outro lado, chegaram a abrir mão dos discursos.


A oposição focou no argumento de que Temer, Padilha e Moreira precisam responder pelos crimes atribuídos pela Procuradoria Geral da República. Primeiro deputado a falar na sessão, Alessandro Molon (Rede-RJ) defendeu que a Câmara autorize a instauração do processo.


"Esta será a oportunidade para esta Casa se reencontrar com o povo brasileiro. [...] A maioria absoluta da população quer que esta Casa aprove a instauração de processo, quer que Temer responda por seus crimes." – Alessandro Molon (Rede-RJ)


Entre os aliados de Temer, parlamentares defenderam que a denúncia é fraca e deram destaque para resultados na economia obtidos pelo governo Michel Temer.


O deputado Mauro Pereira (PMDB-RS), por exemplo, disse que o governo melhorou índices da bolsa de valores, reduziu o desemprego e ampliou os níveis de confiança. Ele disse ter recebido pedidos de prefeitos e empresários de que o presidente consiga concluir o mandato.


"Qual a vantagem que nós teríamos hoje de tirar o presidente Temer? E colocar quem? E depois fazer uma escada para que o PT venha com o nome 'Deus' dele?" – Mauro Pereira (PMDB-RS)


O deputado Ivan Valente (Psol-SP) criticou as falas de governistas. "Eles não tocam no central das questões, que é a denúncia e a materialidade da prova contra o presidente da República", afirmou.


Parlamentares aliados ao Planalto também alegaram que barrar o avanço da denúncia não isenta Temer, já que a acusação será apreciada pelo Judiciário ao final do mandato do presidente, em dezembro de 2018.


"Depois [do fim do mandato] ele vai responder a essa acusação perante a Justiça", disse o deputado Franklin Lima (PP-MG).

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