Aécio presta depoimento sobre propina em usina de Santo Antônio

Aécio presta depoimento sobre propina em usina de Santo Antônio

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) esteve na sede da Polícia Federal, em Brasília, nesta quinta-feira, 26, para prestar depoimento no âmbito do inquérito que investiga o suposto pagamento de propina nas obras da hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia. O senador é investigado em inquérito aberto com base nas delações de executivos da Odebrecht.


Marcelo Odebrecht relatou em seu acordo de colaboração premiada que combinou um pagamento de R$ 50 milhões ao senador. Desse total, R$ 30 milhões seriam repassados pela Odebrecht e os outros R$ 20 milhões pela Andrade Gutierrez. As duas empreiteiras integram o consórcio responsável pela construção de Santo Antônio. 


Aécio chegou na PF por volta das 15h30 e saiu às 17h05. O advogado Alberto Zacharias Toron, responsável pela defesa do senador, por meio de nota, disse que o empreendimento alvo da investigação era conduzido pelo governo federal e, portanto, como o tucano era da oposição “não há nada que o vincule às investigações em andamento.”


“Os próprios delatores afirmaram em seus depoimentos que as contribuições feitas às campanhas do PSDB e do senador nunca estiveram vinculadas a qualquer contrapartida”, disse Toron.


Embora o inquérito em que o senador é investigado seja proveniente do acordo de delação de executivos da Odebrecht, na semana passada, o acionista da Andrade Gutierrez Sérgio Andrade confirmou ter repassado R$ 35 milhões ao tucano em depoimento na mesma investigação.


Segundo o empresário, os valores foram repassados por meio de uma empresa de Alexandre Accioly, amigo do senador mineiro. Há cerca de seis meses, o delator Flávio Barra, ex-presidente da Andrade Gutierrez Energia, também relatou que o repasse a Accioly era referente a uma sociedade que nunca existiu de fato.


Na semana passada, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou denúncia contra o senador pelos crimes de corrupção passiva e obstrução de Justiça com base na delação premiada do Grupo J&F. Ex-presidente nacional do PSDB, Aécio se tornou réu pela primeira vez por causa do episódio em que foi gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista. Além da ação penal, o tucano é alvo de oito inquéritos que tramitam no Supremo – cinco com base na delação da Odebrecht, dois relacionados à colaboração do senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS) e outro do acordo da J&F.
Após a decisão da Primeira Turma, o senador disse que terá a oportunidade de “provar de forma clara e definitiva a absoluta correção” de seus atos.


* Com informações do Estadão

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